Você se refere à frase "perdeu, mané, não vale mais", popularizada em 2006 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, durante um julgamento.
A evolução do "mané"
A frase original, "perdeu, mané", era uma expressão informal de desdém ou de alguém que se deu mal em alguma situação. Com o tempo, o termo "mané" (assim como "trouxa", "bobo", etc.) foi ganhando contornos diferentes na percepção popular.
Hoje em dia, especialmente no contexto brasileiro, onde enfrentamos desafios sociais, econômicos e políticos complexos, a ideia de que "somos todos manés" pode refletir um sentimento de frustração coletiva.
Por que "somos todos manés" pode fazer sentido para algumas pessoas?
- Desilusão com instituições: A percepção de que certas estruturas ou sistemas falham em proteger ou beneficiar a maioria da população pode levar à sensação de que, no final das contas, muitos acabam sendo prejudicados ou "feitos de manés".
- Dificuldades cotidianas: A luta para lidar com a inflação, a burocracia, a falta de segurança ou as desigualdades sociais pode gerar um sentimento de impotência e de que, apesar dos esforços, muitos se sentem enganados ou em desvantagem.
- Corrupção e impunidade: Casos de corrupção e a sensação de impunidade para alguns podem reforçar a ideia de que a população em geral é quem paga a conta e acaba sendo a "mané" da história.

Uma reflexão
A frase "somos todos manés" é mais uma expressão de um sentimento popular do que uma afirmação literal. Ela traduz uma certa crítica social e política, e reflete a percepção de que a sociedade, em alguma medida, se sente lesada ou desconsiderada.
É importante lembrar que, apesar desse sentimento, há sempre um desejo de superação e de busca por dias melhores.